quarta-feira, 9 de novembro de 2011

RSE e Seus Desafios



Escrever com o objetivo de traduzir pensamentos nem sempre torna-seuma tarefa fácil. Escrever procurando traduzir observações de sete anos detrabalho é sinônimo de ousadia e loucura. E tentar traduzir de forma escritaobservações de sete anos de trabalho em Reequilíbrio Somato Emocional é totalinsanidade. Portanto, me perdoem esta minha tentativa transloucada. Mas, comojá dizia o poeta: “de perto ninguém é normal”. Com Reequilíbrio SomatoEmocional aprendi que de longe também não.

Verifico, com a experiência clínica, que, apesar da crescenteglobalização, da facilidade de acesso à informação dos mais distantes locais doplaneta, de uma demanda cada vez mais exigente, o ser humano continua avesso àsmudanças. Das mais simples até as mais complexas formas de pensamento ecomportamento.

Observo, em meus pacientes, que 95% deles não desejam realizarmudança alguma em suas vidas. Ou melhor, buscam sim uma mudança. No “outro”. O“outro” sempre é o responsável por seus tormentos, dificuldades, conflitos. Eclaro, pensando desta forma, a solução para seus problemas está também no“outro”, o “outro-terapeuta”. Estas pessoas buscam o resultado do lado de fora,na “pílula-azul-milagrosa” que a Medicina oferece. Aliás, é por conta disso quea Medicina continua inabalável em nossa cultura. Ela oferece o que delaesperam. Em outro prisma, surge a Psicologia. A figura do psicólogo aparececomo aquele que ouve os problemas, orientando, direcionando e os solucionando.Total transferência, contestada, mas aceita, se é que me entendem. ReequilíbrioSomato Emocional não oferece nada disto. Oferece sim, a oportunidade do serhumano se redescobrir, se tocar e se deixar tocar, entrar em contato consigomesmo, de se investigar, se reencontrar e, a partir daí, por si só, realizar ounão as mudanças necessárias à sua vida, tendo total responsabilidade sobre seusatos e seu contexto, com livre e absoluta escolha.


Desta forma, pode-se concluir a dificuldade que encontram os 5% dospacientes que desejam realizar mudanças em suas vidas. Muitas vezes essespacientes conseguem atingir um nível mais elevado de consciência através dotratamento e vislumbram uma necessidade de mudança, porém falta-lhes, ainda, acoragem necessária. Para eles, é como se o “céu” estivesse inatingível naquelemomento, apesar de ser este o objetivo. E o “inferno”, situação anterior devida, não lhes servisse mais. Ficam a espera no limbo de suas consciências, atéque este incômodo os façam dar o próximo passo. Ou não...

Costumo fazer umaanalogia para explicitar esta dificuldade demudança. Imaginemos uma mudança de domicílio. Para realizá-la é precisopromover uma desordem dos utensílios da casa para os alocar em recipientes oucaixas para o seu transporte. Neste momento costuma-se encontrar objetos muitasvezes há muito tempo não manuseados, de difícil acesso, ou ainda que não seimaginava mais existir. Invariavelmente ocorrem questionamentos do porque de seguardar estes objetos por tanto tempo e alguns optam por não transportá-lospara a nova residência. Outros, resolvem, por apego ou vínculos emocionais,continuar os mantendo consigo, mesmo que não sendo mais utilizados. Tudoencaixotado, o transporte é realizado para a nova casa. Quando as caixas sãodepositadas, quase sempre sem nenhuma ordem e organização dentro do novodomicílio, a pessoa depara-se com um cenário de “caos”. O desespero quasesempre é a emoção encontrada. Como arrumar toda essa bagunça? Será que consigoalgum dia? Por que resolvi me mudar? São as perguntas mais freqüentes nestahora. É preciso, neste momento, tranqüilidade, maturidade e coragem para, comtempo, sem pressa ou cobranças, ir arrumando os objetos em seus devidoslugares, fazendo novamente escolhas sobre o que serve ou não, colocando a casaordenada, em harmonia, de acordo com as necessidades de quem ali mora.


Em nossas vidas é exatamente assim que ocorre. Nossa casa maior é nossocorpo, nossa alma. Os “objetos”, são nossos pensamentos, nossos padrões depensamento, nossas emoções, gravadas à ferro e à fogo em nossas células. Poistomando consciência destes “objetos” que carregamos, podemos fazer escolhassobre o que manter ou não. Sem dúvida é um processo doloroso, se forma o “caos”interno, porém não menos estruturante. Na hora em que o paciente sentedesespero, em que surgem dúvidas e conflitos, se faz necessária a figura doterapeuta. Este é um dos maiores desafios, o de estimular a coragem nopaciente, dando-lhe confiança num momento tão delicado, em que a lagarta podese transformar em borboleta, conscientizando-o do processo, lembrando sempre,que as escolhas serão sempre as dele, sem interferências. Não serão boas, nemmás, serão as que ele, paciente, teve a condição de tomar.

Este não é o resumo dos anos de trabalho que possuo em ReequilíbrioSomato Emocional. Mas considero a exposição do que considero a cerne do desafiomaior que é o de promover mudanças em seres humanos os quais atendo. Estimulara “alquimia terapêutica”. 


Fonte: Dr. Gontran de C. Neto



6 comentários:

  1. Acho o RSE interessante para nossa vida hoje, pois temos muitas crenças que recebemos de outros, familia, amigos e que na verdade não fazerm parte de nos, mas ao mesmo tempo não conseguimos nos livrar delas, e somente com tratamentos alternativos, que acredito que o RSE seja um alternativo, podemos conseguir mudanças em nosso interior.
    Psarabens e sucesso.

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  2. Nós temos que ter CORAGEM de mudar!!! CORAGEM de rever nossos paradigmas, nossas crenças e regras da sociedade!!!

    RSE faz você refletir sobre tudo que lhe compõe! Conheça...
    Beijos.

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  3. Muito profundo este texto.Sabemos que racionalmente deveria e deve ser assim,mas emocionalmente as atitudes são mais complexas.Devemos sempre estarmos nos policiando,para que nosso emocional esteja cada vez melhor.O equilibrio é a melhor saída desde que o paciente esteja consciente e com predisposição.Sucesso.

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  4. A Palavra Mudança gera desconforto, principalmente quando impregnados de conceitos e valores pré estabelecidos e padroes morais formados.

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  5. O que e mudanca ???
    Penso ser algo que ja detectamos como limitacao...aceitamos...e ai sim ...estamos aptos a rever...para mudarmos !!!

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  6. Sim... Primeiro nos encomoda, depois analisamos, após isso temos a pré- disposição para mudarmos!!!
    E nada como a CORAGEM para haver essa mudanças, sem isto, NADA FEITO! rs

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